quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Leia com atenção e se encontre.

O automóvel corre, a lembrança morre, o suor escorre e molha a calçada
A verdade na rua, a verdade no povo, a mulher toda nua, mas nada de novo
A revolta latente que ninguém vê, e nem sabe se sente. Pois é, prá que?
O imposto, a conta, o bazar barato. O relógio aponta o momento exato.
Da morte incerta a gravata enforca, o sapato aperta, o país exporta
E na minha porta ninguém quer ver, uma sombra morta. Pois é, prá que?
A fome, a doença o esporte a gincana, a praia compensa o trabalho a semana
O chopp, o cinema, o amor que atenua. Um tiro no peito o sangue na rua.
A fome, a doença não sei mais porque, que noite, que lua meu bem, prá que?
O patrão sustenta o café, o almoço. O jornal comenta um rapaz tão moço.
O calor aumenta, a família cresce. O cientista inventa uma flor que parece.
A razão mais segura prá ninguém saber de outra flor que tortura...
No fim do mundo tem um tesouro, quem for primeiro carrega o ouro.
A vida passa no meu cigarro quem tem mais pressa que arranje um carro.
Prá andar ligeiro sem ter porque, sem ter prá onde, pois é, prá que?Pois é, prá que?Pois é!
(Música e poesia de Sidney Muller)

Nenhum comentário: