segunda-feira, 28 de junho de 2010

Amor eterno?


O que se pode prometer:
pode-se prometer atos, mas não sentimentos; pois estes são involuntários.Quem promete a alguém amá-lo sempre, ou sempre odiá-lo ou ser-lhe sempre fiel, promete algo que não está em seu poder; mas ele pode prometer aqueles atos que são conseqüência do amor, do ódio, da fidelidade, mas também podem nascer de outros motivos: pois caminhos e motivos diversos conduzem a um ato. A promessa de sempre amar alguém significa, portanto: enquanto eu te amar, demonstrarei com atos o meu amor; se eu não mais te amar, continuarei praticando esses mesmos atos, ainda que por outros motivos: de modo que na cabeça de nossos semelhantes permanece a ilusão de que o amor é imutável e sempre o mesmo. Portanto, prometemos a continuidade da aparência do amor quando, sem cegar a nós mesmos, juramos a alguém amor eterno.
Friedrich Nietzche - filósofo alemão ( 1844-1900)

sexta-feira, 18 de junho de 2010

E a copa heim, que beleza!!!

Junho.
Neste período, de quatro em quatro anos fico apreensivo. Vai começar a Copa do Mundo. E daí? De volta à política do pão e circo, porém itinerante? O palco agora está situado no continente mais pobre do pobre mundo.
Fico contente em ver todas as pessoas da África (continente), sobretudo da África do Sul (país) felizes e contentes com a chegada de milhonários homens a “serviço” de sua pátria – leiam-se jogadores de futebol. Quanta ignorância e arrogância cultural e capitalista. Países católicos, islâmicos, protestantes, para não criar um desfile de exemplos a serviço do maior espetáculo da terra. Espetáculo? Para quem? Antes que discorde de início você acha que aqueles – públicos e privados – que investem na estrutura o fazem por amor ao povo africano ou em busca de lucros a qualquer custo? Responda você mesmo. Será que esforços unidos não poderiam promover algum outro tipo de espetáculo da terra. Com certeza sim. Mas a vontade sobrepõe o amor e a compaixão pelo outro – estes últimos ficam somente no discurso. E você que claro, também se comove com a pobreza, com a fome, com as pessoas em busca de saúde, que tem medo da violência cotidiana, compra sua camisa da seleção – original ou não – abandona o trabalho e vai dedicar-se a amar sua pátria e torcer pelo seu país. Que idiota de patriota revestido de caridoso e amante das causas humanas somos nós? Eu não.
Taylor de Freitas