sexta-feira, 16 de outubro de 2009

E nós?

Sempre se busca entender quem é o brasileiro, a sua identidade. Já temos muita gente pra isso (eu acho), portanto, nao me atreverei, mas alguns detalhes precisam ser enfatizados. Fui "ensinado" - não sei por quem - a falar do que vejo, percebo. Um instinto racional. Portanto me sinto habilitado para tais comentários, ressaltando que não há nada de inédito; não se entusiasme.
A questão é: como vivemos em pleno modismo ou de modismos e esquecemos o que nos rodeia. Somos movidos pelo presente e, sobretudo pelo futuro. Isso faz com que, apesar de estranho, o presente se torna quase que automaticamente em passado. Vamos aos temas:
Na política os fatos tem uma facilidade imensa de transformarem-se em passado: Caixa 2 da campanha do Lula, Mensalão, Marcos Valério, Sarney. O Presente já tem cara e problemas de futuro: A divisão dos possíveis lucros do pré sal, Copa do Mundo, os gastos e os "retornos" das Olimpíadas no Rio, e claro, as eleições presidenciais.

Na economia: Redução de IPI que era por pouco tempo já virou bandeira política. A reforma tributária: quando? O Bolsa Família, antes emergencial, agora essencial. Necessário processo político e "criadouro" de brasileiros preguisoços - fora as fraudes. Juros que vão e vem.

A violência a cada dia muda de estilo: bala perdida já tá na moda. Sequestro relampago, filho que mata os pais e vice e versa. Polícia que é bandido. E nós, passivos: desfilamos de camisetas brancas e fincamos cruzes pretas na areia da praia de Copacabana. Seria cômico se não fosse inaceitável.
Teríamos aqui outros diversos temas, mas são recorrentes, repetitivos. Cansariam o apressado leitor.

E nós; ou pelo menos a maior parte de nós. Preocupados com que creme devo passar no rosto, se hoje no almoço como brócolis ou alface com carne branca grelhada. Se o brinca irá combinar com a meia calça que aliás é inteira. Se vou parecer mais ou menos bonito após me "bombardear" na academia. Se o som do meu carro "berra" mais alto - leia-se, incomoda mais - que o do outro. E o mundo?
Este passa, ao lado, revirado: atrocidades, na velocidade do urbano, da cidade. Atinge a todos, independe a idade. Talvez curiosidade, presa fácil pra maldade; inencontrável felicidade. Quantidade versus qualidade. Crueldade? Verdade! Levante-se já é tarde.

Taylor de Freitas