A poucos dias acompanhei pela Rede Globo de Televisão documentário sobre partes da vida, sobretudo artística, de Raul Santos Seixas. Já havia lido livros, entrevistas, etc. Um baiano que revolucionou a música brasileira facilitando a aceitação do rock e das misturas musicais pouco prováveis, rock e baião, por exemplo.
Escrever algo sobre Raul Seixas é meio complexo pois pra mim envolve mais que um assunto, mas alguém que admirio, apesar de que o exercício de escrever é ditado pelo amor ou pelo ódio, não necessariamente nos seus graus mais elevados.
Raul Seixas é um ser infinitamente adjetivado. Guru, subversivo, poeta, cantor, romantico, louco, "messias", ou simplesmente Raulzito.
Pena (para alguns) que seus poemas são recitados em alto som, com rebeldia própria do estilo, porém são bem mais que gritos, são mensagens, profecias, alertas, conselhos e lições de vida. Vida que ele decidiu por viver às suas regras, em sua forma.
Um convite: esqueça a cara estranho do sujeito magro, barbudo, óculos escuros, temor de muitos em décadas atrás. Perca 15 minutos ( vai receber em dobro este tempo ) e leia, perceba, uma música escrita por ele. Verás que por trás do espalhafatoso personagem viveu e "vive" um ser útil na conturbada vida que levamos. Nos ensina a sonhar e a viver, a sermos diferentes. Avisa que "sonho que se sonha só é só um sonho que se sonho só, mas sonho que se sonha junto é realidade". Enfim, mergulha na sua sociedade, totalmente alternativa, segue piamente seus desejos sem importar com o dos outros. O preço? a diminuta estadia conosco. Hoje habita o inevitável desconhecido, quem sabe bebendo "na fonte, que desce naquele monte, ainda que seja de noite, pois ainda é de noite, no dia claro dessa noite". Ele morreu? Não, ninguém morre, "apenas desperta do sonho da vida".
Eu, aqui encontrando "ouro de tolo. "E fim de papo".
Taylor de Freitas
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