quinta-feira, 30 de julho de 2009

Educação acima de tudo

Na intenção de não ofender ninguém, na escrita abaixo me preocupei e muito em ser gentil e educado.
Muito bem, talvez ao escrever este texto possa estar creditando o primata(1), mas não irei me hesitar em continuar mesmo que você, ao lê-lo, considere o como um pequeno colóquio soporífero para bovino macho repousar(2).Acompanho diariamente os jornais de todas as espécies. Só se fala em políticos corruptos, problemas, desvios, cabides de emprego, etc. Será que não vai mudar nunca. Fico me perguntando: A questão do Sarney; adoraria ver o eterno senador romper a fisionomia(3), mas pelo jeito, vou mudar de andar e isso não acontece. Se as pessoas tivessem um pouco mais de coragem e engajamento político, seria o momento de derramar água pelo chão através do tombamento violento e premeditado de seu recipiente(4), de derrubar com a extremidade do membro inferior o suporte central de uma das unidades de acampamento(5), e promover algo de novo.
Os nossos governantes aplicam a contravenção do Sr. João, deficiente físico de um dos membros superiores(6) e o povo se sente obrigado a deglutir o batráquio(7). No auge da minha indignação em relação a esses filhos de uma inocente mãe que presta serviços sexuais a troco de dinheiro(8), deixo uma mensagem: sugiro veementemente a Vossos Excelentíssimos que procure receber contribuições inusitadas na cavidade retal(9). Como isso não deve acontecer nem sequer considerando a possibilidade da fêmea bovina expirar fortes contrações laringo-bucais(10), acho que terei que me conformar e retirar o filhote de equino da perturbação pluviométrica(11), alongar as tíbias(12) pois a fêmea bovina deslocou-se para terreno sáfaro e alagadiço(13).
Taylor de Freitas
LEGENDA
(1) pagando o mico.
(2) historinha pra boi dormir.
(3) quebrar a cara.
(4) chutar o balde.
(5) chutar o pau da barraca.
(6) dar uma de João sem braço.
(7) engolir sapo
(8) filho da P.
(9) vai tomar no c%%%
(10) nem que a vaca tussa
(11) tirar o cavalinho da chuva
(12) esticar as canelas
(13) a vaca foi pro brejo

terça-feira, 28 de julho de 2009

Caderno de Cinema

Para os que gostam da sétima arte - apesar de várias contestações se o cinema seria uma arte, já que é tão somente um aglutinador das primeiras, não sendo possuidor de "uma coluna vertebral" se assim podemos dizer - Henrique Saldanha, semanalmente, escreve no site/blog Caderno de Cinema http://www.cadernocinema.blogspot.com/
Voce irá encontrar relatos sobre filmes além de opiniões e detalhes sobre os mesmos. Recomendo.
Taylor de Freitas

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Deus e o Jardim das Delícias

Já que a comparação que fiz entre missas e comportamentos histéricos em minha coluna da semana passada irritou bastante gente, proponho hoje desenvolver um pouco mais o tema.
Convenhamos que religião e nosso conhecimento do mundo não andam exatamente de braços dados. De um modo geral, virgens não costumam dar à luz (especialmente não antes do desenvolvimento de técnicas como a fertilização "in vitro") e pessoas não saem por aí ressuscitando. Em contextos normais, um homem que veste saias e proclama transformar pão em bife sempre que dá uma espécie de passe seria prudentemente internado numa instituição psiquiátrica. E não me venham dizer que a transubstanciação é apenas um simbolismo. Por afirmar algo parecido --a "impanatio"--, o teólogo cristão Berengar de Tours (c. 999-1088) foi preso a mando da Igreja e provavelmente torturado até abjurar sua teoria. Ele ainda teve mais sorte que o clérigo John Frith, que foi queimado vivo em 1533 por recusar-se a acatar a literalidade da transformação.
Quando se trata de religião, aceitamos como normais essas e muitas outras violações à ordem natural do planeta e à lógica. A pergunta que não quer calar é: por quê?
Ou bem Deus existe e espera de nós atitudes exóticas como comer o corpo de seu filho unigênito ou o problema está em nós, mais especificamente em nossos cérebros, que fazem coisas estranhas quando operam no modo religioso. Fico com a segunda hipótese. Antes de desenvolvê-la, porém, acho oportuno lembrar que a própria pluralidade de tabus ritualísticos depõe contra a noção de Verdade religiosa.
Se existe mesmo um Deus monoteísta, o que ele quer de nós? Que guardemos o sábado, como asseguram judeus e adventistas; que amemos ao próximo, como asseveram alguns cristãos; que nos abstenhamos da carne de porco, como garantem os muçulmanos e de novo os judeus; ou que não façamos nada de especial e apenas aguardemos o Juízo Final para saber quem são os predestinados, como propõe outra porção dos cristãos?
Talvez devamos eliminar os intermediários e extrair a Verdade diretamente nos livros sagrados. Bem, o Deuteronômio 13:7-11 nos manda assassinar qualquer parente que adore outro deus que não Iahweh; já 2 Reis 2:23-24 ensina que a punição justa a quem zomba de carecas é a morte. Mesmo o doce Jesus, fundador de uma religião supostamente amorosa, em João 15:6, promete o fogo para quem não "permanecer em mim".
E tudo isso em troca do quê? A Bíblia é relativamente econômica na descrição do Paraíso, mas o nobre Corão traz os detalhes. Lá já não precisamos perder tempo com orações e preces, poderemos beber o vinho que era proibido na terra (Suras 83:25 e 47:15), fartar-nos com a carne de porco (52:22) e deliciar-nos com virgens (44:54 e 55:70) e "mancebos eternamente jovens" (56:17). O Jardim das Delícias parece oferecer distrações para todos os gostos, mas, se banquetes, prostíbulos e saunas gays já existem na terra, por que esperar tanto... --poderia perguntar-se um hedonista empedernido.
Volumes e mais volumes podem ser escritos para apontar as incoerências e desatinos dos chamados textos sagrados. Se acreditamos que um Deus pessoal chancelou ou ditou cada uma dessas obras, temos, na melhor das hipóteses, um Ser Supremo com transtorno dissociativo de identidade, também conhecido como personalidade múltipla. Espero que, no fim dos tempos Ele esteja judeu de novo. Tenho um primo que faria bom uso do Paraíso...
Voltando às coisas sérias, uma possibilidade mais plausível é que o chamado cérebro espiritual, os módulos neuronais que criam e processam ideias religiosas, seja menos permeável aos circuitos lógicos. Quem faz uma interessante análise do problema é o médico e geneticista americano David Comings em seu monumental "Did man create God?", uma ampla revisão de quase 700 páginas em que o autor esmiúça o caso de Deus sob todas as vertentes da ciência, em especial a neurologia.
Para ele, ao contrário do mais provocativo Richard Dawkins, a religião dá prazer, foi fundamental na evolução de nossa espécie e só será extinta quando o último homem morrer. Mais importante, Comings acredita que os cérebros racional e espiritual, embora funcionem de modo independente um do outro, podem de algum modo ser conciliados no que o autor chama de "espiritualidade racional". Cuidado aqui, o espiritual é uma esfera que abarca a religião, mas é mais ampla do que ela. Inclui outras tentativas de tocar a transcendência.
Num resumo algo grosseiro da mensagem central de Comings, só o que precisaríamos fazer é admitir que foi o homem que criou a ideia de Deus e escreveu os livros supostamente sagrados. Assim, nenhuma religião é verdadeiramente "a Verdadeira" ou intrinsecamente superior às concorrentes. Já não é necessário que guerreemos para descobrir se é o Deus cristão ou muçulmano que está certo. No limite, entregamos Deus para conservar uma espiritualidade menos belicosa, que nos permita a experimentar a transcendência a baixo custo.
É uma proposta engenhosa, mas, receio, muito difícil, quase impraticável. O monoteísmo já traz em germe a ideia de que existe um único caminho para a salvação e todo os que não o seguem estão condenados. Embora a maioria das pessoas consiga enxergar e valorizar as semelhanças entre os Deuses das várias religiões, sempre emergirão grupos mais intolerantes que exigirão o exclusivismo. Por paradoxal que pareça, não se os pode acusar de irracionais. Eles apenas levam realmente a sério o que está escrito. Numa abordagem puramente lógica, o Deus dos católicos e o de Calvino, por exemplo, não podem estar certos ao mesmo tempo. O conflito é uma decorrência do cérebro racional processando uma ideia espiritual.
É claro que podemos e devemos incentivar posições pró-tolerância como a de Comings. Os níveis de guerras religiosas variaram ao longo das épocas, num processo que certamente tem algo a ver com o modo mais ou menos pluralista utilizado pelos clérigos em suas prédicas. Não devemos, contudo, ser ingênuos a ponto de imaginar que o conflito possa ser extinto. O mundo é um lugar cheio de problemas.
De minha parte, embora ímpio contumaz, também acredito em transcendência. Para mim, ela está em atividades biologicamente inúteis às quais nos dedicamos e atribuímos valor, como literatura, música, pintura, filosofia e, por que não?, teologia. Elas podem ser extremamente prazerosas e, no limite, preencher nossas vidas com um significado que a natureza apenas não lhes dá. Mas não é porque a literatura nos leva à transcendência que devemos achar que Aquiles ou Brás Cubas existem.
Hélio Schwartsman, autor do texto acima, 44 anos , é articulista da Folha de São Paulo. Bacharel em filosofia, publicou "Aquilae Titicans - O Segredo de Avicena - Uma Aventura no Afeganistão" em 2001. Escreve para a Folha Online às quintas.E-mail: helio@folhasp.com.br
Suas colunas estão disponíveis em:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/pensata/helioschwartsman

terça-feira, 14 de julho de 2009

A Casa da Mãe Joana

Trata-se de um livro em que o pesquisador Reinaldo Pimenta busca a origem das palavras e de frases utilizadas no nosso dia a dia. Com tom de humor, Reinaldo nos apresenta a história de vários termos do nosso cotidiano. Através do curioso muito podemos aprender da história do mundo, dos povos, através das palavras.
Aos poucos estarei apresentando alguns termos e palavras. Aguardem.