quarta-feira, 25 de março de 2009

A 'normalidade' do 'anormal', a violência.

Pensar em violência, é pensar na história da humanidade.
Desde seus primórdios. Seja nas cavernas – em busca do alimento, marcando seu espaço. Passando pela urbanização – na busca do poder, de ser Império - , chegando na metrópole onde tudo se mistura e a violência dita as regras do jogo de viver em sociedade. É a primeira cláusula do Contrato Social.
Muitos são os estudos que procuram entender o porque do uso da força nas suas mais variadas formas pelo homem, contra o homem. Tomas Hobbes, filósofo Inglês nos aponta três motivos principais: Primeiro: competição – seria o uso da violência para “ser senhor” da companheira, companheiros, dos filhos, do gado, do outro. Segundo: a insegurança – a violência como meio de defesa. Terceiro: pela reputação, pela ganância, pelo poder, pela glória.
Jean-Jacques Rousseau afirma que o homem é naturalmente bom, sendo a sociedade culpada pela sua “degeneração” e que somente através de um acordo, um contrato, um Estado todos poderiam viver em paz, sem necessariamente ter de submeter-se a governos e ou governantes.
A prática nos mostra algumas divergências:
Mesmo diante dos contratos, das regras, das leis, da religiosidade, da culpa. O que vemos são sociedades cada vez mais violentas. Seria, senão infindável, extensa a lista de formas e meios em que esta última é empregada. Vai do simples ao absurdo, inaceitável. No entanto, o problema não reside na sua intensidade, crueldade, intencionalidade. O grande mal está na sua naturalização, no tratamento que damos à violência.
Nada nos assusta. Os direitos violados, a injustiça, o desprezo, a discriminação, a violência sexual, moral, física. A negligência, a violência doméstica, psicológica, socioeconômica. Enfim, a violência incorporou-se ao dia a dia.
Enfim, sabemos que ela existe, sabemos que é maléfica, mas, estranhamente vivemos em paz com a violência e a perpetuamos em nossos atos cotidianos.
O ser humano, invejoso, copia; passa a carregar o embrião da violência dentro de si.
E muitas vezes de forma inconsciente, a gente vê, a gente faz.

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